Foram oito casos este ano contra quatro registrados no mesmo período de 2015. A maioria das ocorrências foi em latrocínios.
Ao tentar evitar um assalto, o sargento da Brigada Militar Renato Luiz Laureano da Cunha, 47 anos, lotado no Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas, mesmo desarmado, decidiu intervir e acabou morto a tiros, no dia 28 de setembro, na Zona Norte da Capital.
Duas semanas antes, no dia 14, o tenente da reserva Roberto Pinceta, 52 anos, havia sido morto com um tiro na cabeça por um assaltante que tentava roubar seu carro, na Zona Sul.
Na mesma região da cidade, em 4 de julho, mesmo sozinho, o soldado Luiz Carlos Gomes da Silva Filho, 29 anos, abordou um grupo que estava em um carro em situação de roubo e também acabou morto.
Dura realidade
Os três casos são exemplos de uma situação que, ao longo deste ano, está deixando de ser exceção na Região Metropolitana: assassinatos de policiais militares da ativa ou da reserva.
De acordo com a planilha de assassinatos do Diário Gaúcho, em 2016, até o dia 4 de outubro, foram oito casos, o dobro do número registrado em igual período de 2015.
As mortes em confrontos, durante o horário de trabalho, têm se mantido estável. Foi um caso, o de Luiz Carlos, mesmo número registrado em 2015 e também em 2014.
Latrocínios em alta
A maioria das mortes ocorreu em latrocínios. Foram cinco ocorrências e, destas, quatro em Porto Alegre, acompanhando a tendência de crescimento dos roubos com morte na Capital.
— Tivemos policiais militares que morreram em razão de assalto, pois o brigadiano tem um sentimento de cumprimento do dever muito forte e, mesmo à civil (à paisana), ele não consegue deixar de intervir — observa o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas.
Entre os PMs mortos por assaltantes, quatro eram da reserva e um da ativa.
Um agiu desarmado e, outro, sozinho em abordagem
Além dos casos em que PMs foram vítimas de latrocínio, em um caso a morte foi durante confronto, em um o crime foi passional e, no outro, o policial tentou impedir um assalto.
Nesta última ocorrência, o brigadiano estava de folga e desarmado.
Em pleno culto
O sargento Renato Luiz Laureano da Cunha estava em uma igreja, na Zona Norte da Capital e interveio ao ver que dois ladrões atacavam outras pessoas. Ele foi morto a tiros diante da família.
— Era um excelente PM, sempre disponível. Uma característica dele era o companheirismo — descreveu a tenente-coronel Ana Maria Haas, que comanda o Grupamento de Supervisão Vigilância e Guardas, onde Renato estava lotado.
Não se omitiu
O mesmo ímpeto foi demonstrado pelo soldado Luiz Carlos Gomes da Silva Filho, que morreu em confronto com ocupantes de um carro roubado.
— Ele estava sozinho e, mesmo antes do reforço chegar, não se omitiu e acabou morto pelos criminosos — descreveu o comandante-geral.