A Federação dos Sindicatos de Servidores Públicos do RS (Fessergs) pedirá que a Assembleia Legislativa apresente representação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para questionar a discrepância entre os números das finanças estaduais. Conforme o presidente da entidade, Sérgio Arnaud, houve grande surpresa quando a mensagem do governador José Ivo Sartori (PMDB) ao Parlamento apresentou previsão de déficit nas contas de R$ 143 milhões para 2017, “enquanto que governo passou todo ano passado tensionando a sociedade com números superiores a R$ 5 bilhões”, declarou. “O grande problema do Estado é a total falta de transparência na Fazenda. Ninguém sabe quanto realmente o Estado arrecada”, argumentou o presidente da Fessergs. Segundo ele, o governo “escondeu uma série de receitas suplementares” para “criar oportunidade para medidas impopulares”, além de “utilizar o parcelamento de salários como meio de pressão para convencer deputados ao voto favorável em projetos que penalizam a sociedade”, disse. No documento, que foi entregue ao presidente da Assembleia, Edegar Pretto (PT), Sartori aponta que o “orçamento de 2015, enviado pelo governo anterior à Assembleia, foi aprovado com déficit implícito de R$ 5,4 bilhões. Após todos os esforços da gestão, ao final do exercício de 2015, o déficit foi reduzido para R$ 4,9 bilhões. Em 2016, após levar em conta o aumento de ICMS, a peça orçamentária acusou um déficit de R$ 4,6 bilhões”. “Contudo, ao final do exercício, com a economia da suspensão de parcelas da dívida com a União, de R$ 2,3 bilhões; e com a venda da folha de pagamento ao Banrisul, de R$ 1,25 bilhão, odéficit orçamentário foi de R$ 143,1 milhões”, prosseguiu. Em agosto do ano passado, líderes da oposição formada por deputados do PT, PCdoB e PSol apresentaram pedido de inspeção nas finanças do Estado ao presidente do TCE, Marco Peixoto, que prometeu dar trâmite a um procedimento de verificação.
CORREIO DO POVO