Mulheres de policiais militares bloquearam saída de PMs do BOE e só 20 viaturas participaram do evento
Em uma entrevista coletiva de menos de cinco minutos, o governador José Ivo Sartori (PMDB) elogiou a organização do desfile Farroupilha, que ocorreu neste domingo, na avenida Beira-Rio. Ele se limitou a respondeu apenas duas perguntas sobre os protestos de hoje. Sartori disse que entende, mas voltou a declarar “que não existe mudança sem dor”.
Pela manhã, a Associação das Esposas de Policiais Militares bloqueou a saída de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE). Com isso, os PMs do local não participaram do desfile cívico-militar. O comandante da Brigada Militar (BM), coronel Alfeu Freitas, entendeu como normal o ato, mas garantiu que parte do efetivo do BOE se integrou ao desfile.
Durante o desfile, um grupo de servidores da Polícia Civil (PC) protestou em frente ao palanque oficial. Apenas 20 viaturas da Corporação participaram do evento. O chefe de Polícia, delegado Guilherme Wondraceck, admitiu que o parcelamento dos salários e os protestos estão prejudicando a população. No entanto, afirmou que casos graves estão sendo atendidos.
Do lado do grupo que fazia protestos contra o governo, um outro, de igual número, defendia Sartori. Os integrantes, todos com bandeira do Estado, preferiram não conceder entrevista. O presidente da Ugeirm, que representa servidores da PC, Isaac Ortiz, garantiu que todos eram “comprados” e apontou a prática de contratação como igual à feita no período do nazismo por Adolf Hitler.
A reportagem também tentou conversar com o secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, mas ele preferiu não se manifestar.