Proposta deverá ir à votação pela sexta vez seguida na Assembleia Legislativa
O governador José Ivo Sartori (PMDB) não recuará da sua intenção de reduzir o indexador para pagamento das Requisições de Pequeno Valor (RPVs) e conduzirá o projeto à sexta sessão consecutiva na Assembleia.
A proposta tranca a pauta desde outubro por conta do pedido de urgência para sua votação. “Este projeto precisa ser visto dentro do contexto de ajuste fiscal. É muito importante encaixar o valor que o Estado pode pagar com aquilo que é sequestrado por ordem da Justiça. Sabemos que é um projeto polêmico, mas se justifica. Este é o argumento que temos usado diariamente para convencermos os deputados”, declarou o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, em entrevista durante intervalo entre audiências com parlamentares da base. Somente ontem, foram mais de dez reuniões.
O ciclo de encontros com deputados aliados deverá continuar nesta quinta-feira e prosseguirá até a sessão do dia 10. A sequência de insucessos tem resultado em críticas aos integrantes do núcleo do governo e sobre o próprio Sartori. Na última tentativa de levar o texto para votação, deputados da base acataram ao pedido do governo para retirada do quórum, em virtude da incerteza sobre a capacidade da base de aprovar o projeto.
Base pede mais diálogo
Apesar da determinação do governo, o obstáculo na aprovação do projeto das RPVs deverá permanecer. Determinantes em decisões recentes, os oito votos do PDT ainda não estão consolidados a favor da proposta. “Nossa posição é pela retirada do projeto para que possamos rediscutir”, diz o líder da bancada pedetista, Eduardo Loureiro.
Para ele, contudo, o desconforto, por hora, está restrito a esta matéria e ainda não deve ser considerado como desunião da base. “Temos que avaliar o conjunto da obra (ajuste fiscal), porque se não entendêssemos o contexto, votaríamos contra muitos dos projetos do Executivo”, define. Loureiro diz esperar melhora na “capacidade de diálogo com a base”, conclui.
A carência de interface entre Executivo e Legislativo não é queixa apenas de aliados. “Vemos que falta conversa mais próxima com alguns deputados. Também é preciso ouvir mais. Talvez elevar a proposta a 15 ou 20 salários resolveria a questão. Eu apostaria em 17 salários para aprovar. Se a base não acompanhar isso, daí, sim, demonstra estar fragilizada”, analisa um integrante do PMDB.
CORREIO DO POVO