Detenção em carros da polícia acontece pela 2ª vez em uma semana.
Faltam mais de 11 mil vagas nos presídios do Rio Grande do Sul.
Pela segunda vez em menos de uma semana, presos ficaram detidos em carros da polícia, em Porto Alegre, por falta de vagas.
Cinco presos passaram mais de 24 horas dentro de carros da Brigada Militar estacionados em frente a uma delegacia, em Porto Alegre. Os homens receberam pão e água dentro dos veículos mesmo, e foram sempre acompanhados por policiais quando precisavam ir ao banheiro.
Para manter esses presos em frente às delegacias, os policiais também têm de ficar no local. E enquanto aguardam a abertura de vagas nos presídios, eles deixam de fazer a segurança nas ruas da cidade. A cada turno, pelo menos dez PMs ficaram fora do patrulhamento.
“Estariam atendendo chamados do 190, estariam fazendo a segurança da cidade. É lógico que é uma situação de vulnerabilidade a que estamos submetidos por não ter o local adequado para colocar esses presos”, disse Mario Ikeda, comandante de Policiamento de Porto Alegre.
É a segunda vez que isso acontece em menos de uma semana. Faltam mais de 11 mil vagas nos presídios do Rio Grande do Sul. O delegado diz que não há condição de colocar esses presos nas celas da delegacia porque elas estão superlotadas.
“Não, sem correr risco de um motim, da morte de algum preso ou de uma tentativa de fuga, realmente não tem como”, afirmou o delegado Marco Antônio de Souza.
O governo gaúcho anunciou a criação de dois centros de triagem para os presos. O objetivo é desafogar os presídios e evitar que os detidos fiquem em carros e delegacias.
“Isso tudo é muito importante, mas demora um pouco para ser construído. Não se faz uma construção do dia para a noite. Estamos vendo soluções emergenciais”, explicou Cezar Schirmer, secretário da Segurança do Rio Grande do Sul.
Na noite desta quarta-feira (26), a polícia declarou que não há mais nenhum preso em carros.