Outros 400 PMs e 320 policiais civis permanecerão em Porto Alegre até o final da Copa do Mundo
Terminado o último jogo da Copa em Porto Alegre, o policiamento ostensivo da Capital diminui já nesta terça-feira. Cerca de 1,6 mil policiais militares que vieram do Interior para fazer a segurança do evento voltam para suas cidades de origem.
O número corresponde a 80% do contingente da força-tarefa. Outros 400 PMs, além de 320 policiais civis, permanecerão em Porto Alegre por mais duas semanas para operar, além de policiamento, a delegacia especial montada na Academia Civil Integrada de Segurança Pública.
Somando os reforços com o contingente normal, a Capital teve, durante os 15 dias de Copa do Mundo, a presença de 4,8 mil brigadianos — o policiamento ostensivo chamou a atenção da população das áreas centrais da cidade.
Segundo o secretário de segurança Airton Michels, no início da Copa foram deslocados 1,5 mil PMs. Os outros 592 vieram depois, com o acerto de que os municípios que perderam brigadianos pediriam reforço se necessário — o que não foi preciso, segundo Michels.
Em entrevista coletiva no Palácio Piratini, o governador Tarso Genro respondeu que, na próxima semana, se reunirá com os chefes de polícia, da Brigada e com o secretário de segurança para discutir a melhor forma de aproveitar a experiência de integração na Copa.
— É possível manter o mesmo nível de qualidade da segurança, mas não a quantidade. Temos como legado importante a integração dos órgãos e a melhoria tecnológica — disse Tarso.
Brigadianos que atuaram na Copa terão três dias de folga
Com o peito estufado e um misto de satisfação e alívio. Foi assim que milhares de policiais da Brigada Militar deixaram o auditório Araújo Vianna na manhã desta terça-feira, após ouvirem do governador Tarso Genro, agradecimentos e elogios pela força-tarefa que chegou ao fim.
_ O governador reconheceu a organização de nossas forças armadas e disse para levarmos essa experiência para nossas carreiras e vidas pessoais _disse o comandante do policiamento da capital, coronel João Diniz Prates Godói.
Sem episódios de roubos a bancos, posto de combustiveis e diminuição do furto de carros no período da Copa, o comandante afirma que o desafio agora é ter criatividade para manter elevados os padrões de segurança na cidade.
Foram 40 dias de mobilização para proteger áreas como o estádio Beira-Rio, o caminho do gol, a fan fest, imediações dos hoteis e protestos, que perderam força devido a presença ostensiva da polícia. O efetivo que permanece na Capital até o próximo dia 14 atuará, especialmente, nas região central e nos shows do anfiteatro pôr-do-sol.
Como bonificação, os policiais ganharam três dias de folga, até o último dia de 2014. Os dias livres não serão, necessariamente, aproveitados agora.
_ Cada batalhão decidirá a maneira para liberar seu pessoal de acordo com a necessidade _ explica Gody.
Nascimento da filha foi trocado pelo serviço na Copa
O sargento Edegar Mazzoni aproveitou o contato com os hermanos argentinos para praticar o espanhol que aprendeu em uma temporada vivendo no Uruguai _ conhecimento que raramente emprega em sua rotina na pacata Cristal, cidade onde vive há cerca de 120 quilômetros da Capital.
_ Foi curioso que eles achavam que entrariam no estádio após o intervalo, como acontece nos jogos de Buenos Aires. Ficavam tentando me convencer de deixá-los entrar, e eu tinha que argumentar _ recorda, animado.
Participar da segurança do Mundial foi uma experiência inédita para muitos dos brigadianos gaúchos. No caso de Fábio Lima da Silva, 29 anos, de Santa Maria, a missão resultou em faltar ao nascimento da primeira filha Antonella, há cerca de 20 dias.
_ Me deram a opção de tirar licença-paternidade, mas achei melhor ficar. Essa chance é algo que a gente espera uma vida toda para acontecer. Agora que passou, vou curtir minha filha com sensação de dever cumprido _ diz, ansioso pelo retorno.