CORREIO DO POVO: Federações, sindicatos e associações de servidores públicos de diferentes áreas já receberam o convite para participar da apresentação do quadro financeiro do Estado, nesta segunda-feira, no Palácio Piratini. Os dirigentes também confirmaram presença para acompanhar a divulgação dos números revelados ao longo da Caravana da Transparência, que percorreu o interior gaúcho, mas indicaram que isso não diminuirá os protestos, paralisações e cobranças das categorias para exigir direitos.
Desta forma, o intuito do Executivo de sensibilizar as categorias diante de um quadro econômico deficitário, reduzindo eventuais mobilizações provocadas pelos cortes de gastos, não deve ser alcançado. O presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado (FESSERGS), Sérgio Arnoud, adianta que deseja ouvir uma exposição sobre a valorização do funcionalismo púbico. “O serviço público tem que ser visto como prioritário, assim como o reconhecimento aos trabalhadores. E tudo isto deve estar acima de qualquer dificuldade. Os servidores vão continuar buscando seus direitos e cobrando as obrigações do estado que são pagas pela sociedade”, argumentou.
Ainda assim, o dirigente da FESSERGS entende que o governo agiu certo em atrasar parcela da dívida com a União para manter em dia o pagamento da folha. “Esta é a leitura que exigimos, de prioridade para o serviço público, o funcionalismo é mais importante do que estes acertos que prejudicam o estado. Mas, essa apresentação financeira que acompanharemos não vai arrefecer em nada as lutas em defesa pelas nossas demandas”, declarou Arnoud.
O encontro vai acontecer na véspera da paralisação de policiais civis e agentes da Susepe, que contam com o apoio da Brigada Militar, mesmo que a corporação tenha optado em não cruzar os braços a exemplo dos colegas, na próxima terça-feira. A Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar também foi convidada para a divulgação dos dados da Caravana da Transparência.
O presidente da entidade revelou que não espera apenas tomar conhecimento de cálculos deficitários. Leonel Lucas mantém a expectativa de ouvir garantias das autoridades do Palácio Piratini. “Nós vamos neste encontro para que o governo nos garanta que os salários não vão atrasar e de que as leis vão ser cumpridas, como a dos aumentos para a Segurança Pública. Uma exposição de dificuldades nas contas públicas não vai nos sensibilizar por que temos o pior salário entre as policiais do Brasil e, por isso, exigimos o cumprimento da lei que prevê reajustes até 2018?, alertou.
A situação financeira do Rio Grande do Sul foi exposta na Caravana da Transparência para mais de duas mil pessoas em eventos que aconteceram em Passo Fundo, Ijuí, Santa Maria, Novo Hamburgo, Osório, Alegrete, Pelotas, Lajeado e Caxias do Sul. O encontro com representantes das entidades sindicais será a partir das 9h, desta segunda, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini.