Em nova paralisação nesta terça, servidores vão pressionar Executivo e Legislativo para retirada de projetos

Servidores-345x156Representantes vão tentar ser recebidos no Piratini no início da manhã

Depois de retomar as atividades nesta segunda-feira, os servidores públicos do Estado voltarão a parar por um dia, amanhã, prometendo unir forças para garantir que projetos do ajuste fiscal não sejam aprovados na Assembleia. A mobilização já deve se iniciar às 7h, no acampamento da Praça da Matriz, na Capital. Os coordenadores do movimento unificado dos servidores vão tentar marcar uma reunião com representantes do governo na primeiras horas da manhã, em última tentativa para que o Executivo retire as propostas.

O presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do RS (Fessergs), Sérgio Arnoud, destacou que os sindicatos não são recebidos no Piratini desde o começo da elaboração dos pacotes que podem limitar ainda mais recursos para o serviço público. “Foi bem no início do processo, ainda não havia sequer o parcelamento dos salários. Agora buscamos uma nova reunião para mostrar nosso posicionamento, pedindo para o governador do Estado retirar alguns projetos que são contrários aos nossos interesses. Os servidores estarão concentrados na Praça da Matriz e nas galerias da Assembleia Legislativa”, antecipou.

Se o Executivo não mostrar abertura, a pressão vai ocorrer nas galerias da Assembleia Legislativa, a partir das 14h30min, para que os PLs sejam rejeitados pela maioria dos deputados. Dos dez projetos que podem ser votados amanhã em regime de urgência (por estarem trancando a pauta), os trabalhadores temem, sobretudo, o PLC 206, que congela os salários no próximo ano. A ideia é derrubar, também, as propostas de redução do valor de RPVs (Requisições de Pequeno Valor), de modificação na previdência e de aumento do ICMS.

Na quarta-feira, seja qual for o resultado da mobilização, a orientação é por retornar ao trabalho normal. Uma nova paralisação de um dia está prevista para a terça-feira seguinte, dia 22, para acompanhar mais uma sessão no Legislativo e apoiar um ato de centrais sindicais contra o aumento de impostos. Arnoud reconhece que parte dos trabalhadores defende a manutenção da greve por tempo indeterminado — o que chegou a provocar um conflito na assembleia do Cpers Sindicato na sexta-feira —, mas garante que a maioria das 44 categorias representadas vem apoiando a decisão da “greve parcelada”, de acordo com as ações do governo.

O Cpers ressalta que os professores que decidiram não retomar as aulas hoje poderão ter de arcar com descontos nos salários sem a proteção do sindicato. Algumas escolas mantiveram as portas fechadas e comunicaram os alunos discordarem da decisão tomada pela maioria, em assembleia.

Os servidores da Polícia Civil e da Brigada Militar mantêm operação-padrão. Nas delegacias, todas as ocorrências passaram a ser atendidas, mas os agentes esclarecem que o ritmo de trabalho vai se manter mais lento enquanto os salários forem parcelados. Os policiais militares, que por lei não podem fazer greve, passaram a denunciar más condições de estrutura, que justifiquem a redução do trabalho. Ainda, o presidente da Abamf (Associação dos brigadianos de nível médio), Leonel Lucas, destacou que muitos PMs vêm conseguindo afastamento médico por comprovar falta de condições psicológicas para trabalhar.

A terceira parcela dos salários, de R$ 1 mil, foi disponibilizada para saque nesta segunda-feira. Até agora, com o total de R$ 2,4 mil depositados para cada uma das 347 mil matrículas, o governo garante que 61% do funcionalismo teve a remuneração de agosto quitada. Mais R$ 400 devem ser depositados nesta terça e o restante, para quem recebe mais de R$ 2,8 mil, precisa legalmente ser pago até o dia 22 de setembro.

Fonte:Bibiana Borba/Rádio Guaíba
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