Em Santa Maria, a expectativa é que nenhum policial militar ou bombeiro participe do desfile
Os desfiles cívicos desse 7 de Setembro devem minguar se depender das associações que representam os brigadianos e bombeiros. Com salários parcelados como os demais servidores estaduais, os brigadianos e bombeiros devem reduzir a participação nos desfiles dessa segunda-feira e, em algumas, cidades nem participar.
O presidente da Associação que representa os Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros (ASSTBM) garante que entre 40% e 50% das viaturas e caminhões serão impedidos de sair das garagens, acreditando que o mesmo percentual de servidores da segurança não irá desfilar. Aparício Santellano lembra que, além do parcelamento de salários, há os projetos enviados pelo Piratini para a Assembleia que alteram a aposentadoria dos servidores da Brigada e Bombeiros. Santellano argumenta ainda que, se o Estado está sem recursos como diz o governador, não se deve gastar recursos físicos e humanos para desfilar, enquanto poderiam ser destinados a segurança pública.
“Não há necessidade dos caminhões estarem desfilando se o Estado está nessa falência que o governador está dizendo. Então não tem porque ir, e até os próprios brigadianos, em vez de estarem prestando serviço à população, estarem fazendo desfile. Vamos apoiar o pessoal que está em frente aos quarteis”, disse Santellano.
Em Santa Maria, por exemplo, a expectativa é que nenhum policial militar ou bombeiro participe do desfile. Em Jaguari, também na Região Central do Estado, a prefeitura cancelou o evento oficial.
Em Porto Alegre, o Desfile Cívico-Militar de 7 de setembro está marcado para às 10h, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, conhecida como Avenida Beira-Rio. Antes do desfile, às 9h30, ocorrem as honras de Recepção ao Governador do Estado, José Ivo Sartori, acompanhado pelo Comandante Militar do Sul, que passam as tropas em revista. Pela expectativa do Comando militar do sul, desfilarão cerca de 4,8 mil militares e civis, além de mais de 200 viaturas, números que podem cair conforme a participação dos brigadianos e bombeiros.
Como traducionalmente ocorre em Porto Alegre, em paralelo ao desfile oficial haverá o chamado Grito dos Excluídos. Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul, além de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD) farão ato que terá concentração a partir das 9h, próximo à rotula das cuias. Dali, sairão em caminhada rumo ao Gasômetro.
Participam ainda os Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), Central de Movimentos Populares (CMP), Levante Popular da Juventude e a União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO). Essa, que é a 21ª edicao do grito dos excluídos, tem como tema “Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”. O objetivo, segundo o MST, é chamar atenção para o poder dos meio de comunicação na manipulação da sociedade.