Da Redação*
Para falar da situação da segurança em Porto Alegre, representantes de sindicatos e associações da Polícia Civil, Brigada Militar, Susepe, Bombeiros e Instituto Geral de Perícias se reuniram com o prefeito José Fortunati (PDT) e o vice Sebastião Melo (PMDB) na manhã desta quinta-feira (1º). Os servidores demonstraram preocupação com o aumento da criminalidade na capital gaúcha, assim como a redução de seus efetivos, e trouxeram dados sobre a situação das corporações e demandas das categorias.
Os servidores buscam o apoio da Prefeitura para negociar com o governo estadual um plano de segurança para o Rio Grande do Sul. “As operações especiais pararam. Ao mesmo tempo, crimes que antes não aconteciam aqui viraram rotina, como tiroteios em praça pública, nas ruas, ônibus incendiados. As pessoas têm medo de sair de casa”, lamentou Isaac Ortiz, presidente do Ugeirm Sindicato, que representa escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil. Ele destacou a falta de investimentos no setor, que sofre com falta de pessoal, equipamentos e infraestrutura.
Fortunati garantiu estar dialogando com o governador José Ivo Sartori (PMDB), tendo inclusive telefonado para ele pouco antes da audiência. O prefeito afirmou também estar preocupado com a criminalidade, visto que a Capital aparece como a terceira mais perigosa do país no anuário de segurança pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com um aumento de 23% na taxa de homicídios. “As pessoas não saem mais de casa, com isso o movimento no comércio também caiu, especialmente à noite. Isso agrava a crise. Não podemos deixar que os cidadãos de bem não ocupem os espaços públicos dando espaço para a bandidagem”, apontou.
As categorias também abordaram o Projeto de Lei Complementar 206/2015, que tramita na Assembleia Legislativa e pode congelar os salários dos servidores estaduais. Outra preocupação é com o aumento das aposentadorias: somente na Brigada Militar, foram 1.346 neste ano e conta com mais de 800 processos em andamento. O aumento nos pedidos se deve às mudanças nas regras de aposentadoria dos militares encaminhadas por Sartori à Assembleia. Fortunati afirmou que irá conversar com o governador para que receba as categorias para tratar de um plano de segurança para o Estado.
Participaram da audiência também representantes do Sindicato dos Servidores do Instituto Geral de Perícias (Sindiperícias-RS), Sindicato dos Servidores Penitenciários (Amapergs), Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros (ASSTBM-RS), Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf Brigada Militar), Associação de Bombeiros do Rio Grande do Sul (Abergs) e Associação dos Oficiais Subalternos da Brigada Militar (AOFSTBM).