Piratini responde até o meio-dia desta sexta se paga salários de novembro na íntegra
Depois que o direito a estabilidade no funcionalismo público virou alvo de comentários do governador José Ivo Sartori, nessa manhã, servidores de áreas como a Segurança Pública e a Educação demonstraram revolta e criticaram as declarações. A resposta veio à altura do que disse Sartori, para quem os funcionários devem “dar graças a Deus” por terem emprego e salário, ainda que, por vezes, parcelado.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, lembrou que o governador, ao contrário dos servidores, não dispõe desse benefício. “A estabilidade está prevista em lei ao funcionalismo, isso ele não pode mudar. A nossa sorte é que, de quatro em quatro anos, a gente pode mudar os governos e os deputados que estão por aí”, contra-atacou.
Representante do magistério, que registra o maior número de servidores públicos, a presidente do Cpers, Helenir Schurer, também aproveitou para ironizar, com os mesmos termos usados por Sartori. “Nós devíamos é orar e erguer as mãos para o céu para que tivéssemos um governador com competência de administrar (…). Essa é a maneira mais simplista e desqualificada que eu já vi de dirigir um Estado. É uma agressão gratuita. Para fora ele fala de diálogo e compreensão, mas está sempre acendendo o fogo do conflito”, afirmou.
Ao rebater o governador, os sindicalistas aproveitaram para alertar que Sartori segue nomeando cargos de confiança, sem valorizar o servidor de carreira. A forma como o governo garantiu os vencimentos de novembro também não agradou o funcionalismo. A presidente do Cpers levantou suspeitas sobre a antecipação de créditos da GM, aprovada pela Assembleia Legislativa. A queixa de Helenir é de que faltou transparência na garantia de uma receita prevista para os próximos 20 anos. “Com a antecipação de tributos, o governo viabilizou R$ 302 milhões afirmando ser para pagar a folha. Só não ficou claro de quanto abriu mão para pegar esse dinheiro agora”, ponderou.
Ainda assim, na Secretaria da Fazenda não há certeza para pagar os salários de novembro em dia. A expectativa é de uma resposta até ao meio-dia desta sexta-feira. Por enquanto falta dinheiro, já que seguem os ingressos da receita do ICMS e a quantia de R$ 302 milhões da GM não foi depositada. Os recursos devem ser repassados entre amanhã e a próxima segunda-feira. Não estão descartados créditos em separado ao longo do dia 30 para completar a integralidade dos salários de cada servidor.