Mobilização reuniu PMs, policiais civis, agentes penitenciários e peritos criminalistas
As entidades da segurança pública realizaram uma panfletagem, com o objetivo de alertar sobre a atual situação do setor e os reflexos nas categorias, durante a manhã de desta segunda-feira no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Conforme as lideranças do movimento, a mobilização mostrou e denunciou o que denominam de “total descaso e desmonte com a segurança pública”.
O presidente da Abamf – entidade que representa os servidores de nível da Brigada Militar (BM) -, Leonel Lucas, afirmou que mais uma vez os servidores da área estão sendo penalizados com o parcelamento dos salários. Ele alertou ainda para a forte evasão de policiais militares que estão pedindo aposentadoria. “Cortaram também as hora extras, incentivo de permanência e promoções”, citou como exemplos para a desmotivação da tropa que poderia permanecer na BM.
De acordo com o dirigente, nos cinco meses deste ano já foram mais de 900 pedidos de encaminhamento aposentadorias. “Devemos chegar com cerca de 3 mil até o final de 2016”, previu, acrescentando que em 2015 foram mais de 2,8 mil enquanto 2014 teve 928 saídas. Sobre o ingresso de mais de 200 novos brigadianos após curso de formação, Leonel Lucas avaliou que o fato é positivo, mas assinalou que o número permanece insuficiente para reduzir o déficit de pessoal na BM.
Já o presidente da Ugeirm Sindicato – que representa os agentes de polícia do RS -, Isaac Ortiz, ressaltou a postura contrária do movimento ao projeto de lei 44/2016 que, na avaliação das categorias, prevê a terceirização em fundações, autarquias, escolas e até na segurança pública. Ele citou ainda o projeto de lei 77/2016 que dispõe sobre o Programa Estadual de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. “É preciso discutir melhor essa proposta”, observou, acrescentando que não cabe ao policial sair em busca de empresas interessadas em investir na segurança pública em troca do abatimento do pagamento de ICMS.
Os panfletos distribuídos no Aeroporto Internacional Salgado Filho abordam questões como salários parcelados, presídios superlotados, recorde de assassinatos e união na defesa da segurança pública. Entre as propostas defendidas pelo movimento estão: contratação imediata dos policiais concursados, fim do parcelamento dos salários e retomada das promoções, solução definitiva para a crise carcerária, retomada dos investimentos em segurança pública e implementação de “uma política de segurança séria e efetiva para combater a verdadeira epidemia de violência que tomou conta do Rio Grande do Sul”. A mobilização reúne policiais militares, policiais civis, agentes penitenciários e peritos criminalistas.
Correio do Povo