Entidades de classe fazem duras críticas e demais poderes preferem analisar melhor para se manifestar
As propostas apresentadas pelo governador José Ivo Sartori para tentar conter a crise financeira do Rio Grande do Sul foram duramente criticadas por entidades de classe. Para o vice-presidente da UGEIRM Sindicato, que representa policiais civis, Fábio Castro, o aumento da contribuição previdenciária prejudica o trabalhador e não resolve o problema da crise.
“Vários governos que se sucederam vêm constantemente aumentando a contribuição previdenciária e a questão da crise sempre está presente”.
Sobre a decisão aumentar o tempo de permanência de PMs na ativa, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, classifica como um tiro no pé do Governo, já que até a votação do projeto pela Assembleia, haverá uma corrida para a reserva.
“Esse projeto sem conversa com o funcionalismo mais uma vez vai forçar os brigadianos a ir pra reserva. Aqueles que têm tempo, e temos mais de 5 mil com tempo para ir embora para a reserva que serão atingidos, poderão ir a qualquer momento embora”.
Sobre a decisão de extinguir nove fundações, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas de Porto Alegre, que representa funcionários da Corag, Francisco Lazaro, considera a medida incompreensível.
“Se verificarmos os balanços da empresa, ela é uma empresa rentável. E que ainda tem alguns setores que podem ser disponibilizados para o Governo do Estado para uma exploração que renderia mais lucro”.
Em relação à mudança na forma de repasses para Judiciário e Legislativo, o presidente do Conselho de Comunicação do Tribunal de Justiça, desembargador Túlio Martins, adianta que a corte não vai admitir qualquer alteração na autonomia dos poderes, mas que o Tribunal vai analisar a proposta antes de se posicionar.
“Essa questão envolve a Constituição. Existe uma proposta de reforma da Constituição do Estado tal como foi proposto pelo senhor governador do Estado. O Tribunal ainda não recebeu o inteiro teor do projeto a ser enviado à Assembleia, mas irá analisá-lo e depois se posicionará . Mas o Tribunal não se afastará da garantia constitucional dos poderes”.
O presidente em exercício da Assembleia Legislativa, deputado Adilson Troca, diz que o Legislativo é solidário ao Governo.
“Quando votamos a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), nós já votamos um orçamento muito próximo da realidade. Nem a Assembleia, nem os poderes terão diferença grande. Será diferença pequena. Nós nos preparamos para enfrentar essa crise. Nós concordamos plenamente”.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Marco Peixoto, não vai se manifestar até uma avaliação mais profunda das medidas. O procurador-geral de justiça, Marcelo Dornelles, também disse que primeiro será preciso avaliar melhor para depois se manifestar.
Sobre a antecipação do pagamento de ICMS pela indústria de 21 para 12 de cada mês, o presidente da Fiergs, Heitor Muller, não foi encontrado para se manifestar.
GAÚCHA