Uma profissão que pede dedicação e sacrifício

Tenente Marcelo Azevedo está há quase 30 anos na Brigada Militar

“Ao ingressar na Brigada Militar, prometo regular minha conduta pelos preceitos da moral, dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o sacrifício da própria vida”. (Juramento do policial da Brigada Militar)

“Juro, na condição de policial civil, respeitar e aplicar a lei na luta contra a criminalidade em prol da Justiça, arriscando a própria vida, se necessário for, na defesa da sociedade e dos cidadãos”. (juramento do policial civil)

Mais um feriadão chegou. Com ele, uma data: 21 de abril, o Dia de Tiradentes ou Joaquim José da Silva Xavier. Considerado o “Mártir da Independência”, Tiradentes também é o patrono cívico da Nação e das polícias militares e civis. E neste dia, nada como falar um pouco dessa profissão, da qual toda uma sociedade depende para a sua segurança. Profissionais estes que arriscam suas vidas e têm, inclusive, um juramento para isso, em prol de uma comunidade.

O tenente Marcelo Azevedo, da Brigada Militar, entrou na corporação com 20 anos. Hoje, com 48 anos, ainda não perdeu o entusiasmo pela profissão que escolheu. “Sou um homem realizado em minha profissão. Há quase 30 anos trabalho com entusiasmo”, apontou o militar. Ele conta que na época foi influenciado por uma propaganda da Brigada Militar. “Eu tinha saído de um juvenato – onde estudava para ser padre-, e precisava de uma segurança, de um emprego. Por isso, optei e também me identifiquei com a instituição, onde estou até hoje. Costumo dizer que entrei por acaso, mas não me vejo hoje fazendo outra coisa”.

MAIS COMPLETA

O militar, que poderia ter se aposentado há dois anos, continua na ativa e mais: se dedica por aproximadamente 14 horas diárias pela causa. “Me dedico por aquilo que a Brigada representa, pela transformação que pode e faz na sociedade. E acredito que todo menino sonha em ser mocinho”. Segundo Azevedo, a BM mudou muito desde que entrou para a corporação. “Quando eu entrei, estava saindo do período pré-Constituição Federal e a Brigada tinha um viés mais forte, mais contundente. Hoje se transformou, a meu ver, em uma polícia mais completa, mais ligada ao cidadão, mais preocupada com as questões sociais. Vieram outras filosofias, como a Polícia Comunitária.

INSERIDA NA COMUNIDADE

Antes, conforme aponta o tenente Azevedo, a Brigada tinha uma ligação apenas de prender. “Hoje se compromete com a sociedade, no sentido de transformá-la. Temos vários trabalhos como o Proerd, a Patrulha Mirim, o Salva-vidas Mirim. Hoje é uma instituição mais próxima da comunidade, prestando serviços para a comunidade. Uma instituição que se voltou para estar inserida na comunidade”, frisou.

PROFISSÃO GRATIFICANTE

Para ele, ser um policial militar é gratificante. “Trabalhamos em uma área muito maior. Antigamente, o policiamento que predominava era o pé, de quarteirão. Hoje temos um policiamento mais de bairro, muito mais técnico. Temos a evolução da condição do policial militar. Um exemplo disso é que a maioria está cursando ou tem curso superior”.

“Quando entramos para a Brigada Militar, fazemos um juramento, onde nos comprometemos ao sacrifício da própria vida em prol da comunidade. E esse sacrifício é um comprometimento muito forte para aqueles que realmente acreditam na causa. E pode ter a certeza que a grande maioria dos policiais tem esse comprometimento e entendimento, de que, se for necessário, a gente se sacrifica com tempo, com atividade, seja qual for o risco, sempre. E tenho a expectativa de que a polícia continue atendendo aos anseios da comunidade, cada vez mais promovendo a ordem, promovendo a tranquilidade, exercendo e fazendo que seja exercida a cidadania por completo, com segurança”

Mas, sinaliza o policial: “gostaria de ver o serviço da polícia mais fácil, com menos mazelas sociais, porque a meu ver esta é uma das razões a mais do por quê o crime deslanchou no País”, relatou o tenente Marcelo Azevedo.

UMA GERAÇÃO MAIS NOVA

William Figueiredo é inspetor da Polícia Civil

William Figueiredo, 32 anos, é inspetor de polícia civil. Ele ingressou na carreira, no ano de 2014, e representa hoje uma geração que usa a tecnologia e as inovações decorrentes desta para a agilização em investigações e soluções de crimes. Também entrou para a polícia quase por acaso. “Eu sou formado em letras e procurava uma área no serviço público, principalmente pela estabilidade. Dentre todas as áreas no funcionalismo, aquela que me chamava atenção era a carreira policial, devido ao dinamismo e à natureza do trabalho”, salientou William.

DESAFIOS E  RESPONSABILIDADES

Com o objetivo de ser policial já mentalizado, o policial passou a se preparar, tanto intelectual como fisicamente, para prestar o concurso, antes mesmo da publicação do edital. “E fui aprovado”, conta com simplicidade. Para ele, a carreira policial traz muitos desafios, responsabilidades e, obviamente, riscos. “Mas, também, traz um sentimento de realização profissional, em saber que estamos contribuindo para a segurança e vida das pessoas. E me orgulho em trabalhar, hoje, com uma equipe composta por profissionais competentes e dedicados, que muitas vezes abrem mão do lazer ou de estar com suas famílias para realizar um trabalho que sabem que vai fazer diferença”, salienta.

Mesmo com todos os percalços da profissão, também financeiros, William não tem a menor pretensão de buscar outra carreira fora da polícia. “Me sinto realizado na profissão. E para o futuro, acredito que seja dever dos policiais mais novos, como é meu caso, continuar o trabalho de aperfeiçoamento e modernização da polícia civil, trabalho esse iniciado por colegas mais antigos que construíram a instituição reconhecida em que hoje eu trabalho”, ressaltou.

Para ele, as maiores dificuldades estão ligadas à grande demanda de serviço e ao aumento substancial da criminalidade em todo o País, além das dificuldades financeiras do Estado.

APOIO E RESPEITO

Rita de Cássia é inspetora de polícia desde 2010. Já passou pela Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e hoje atua em uma das DPs mais movimentadas, a Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec). E por ser mulher, não se sente reprimida nem menos respeitada, pelo contrário. “Tenho apoio de todos colegas, em todas as ações que participo”, diz ela. Com 37 anos, Rita começou na Brigada Militar, onde foi integrante do Pelotão de Operações Especiais (POE).

CONCRETIZAÇÃO DE UM SONHO

Ser policial, para Rita, é a concretização do sonho de criança. “Desde menina, me encanta a profissão de policial e, hoje, a motivação para continuar é ajudar as pessoas e, principalmente, tentar elucidar os crimes que chegam ao nosso conhecimento. Ver a gratidão das vítimas e familiares, quando a justiça é feita, não tem preço”, finalizou.  

Jornal Agora

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