“Demoramos uma hora para obter acesso a ela”, conta tenente que ajudou em resgate em cânion do RS

Equipe do Arcanjo 03, de Blumenau, foi acionada para salvar jovem de 26 anos de Florianópolis que estava com a família na divisa do RS com SC

Por: Ânderson Silva ZH

O resgate de uma jovem de 26 anos de Florianópolis que caiu do Pico Monte Negro, o ponto mais alto do Rio Grande do Sul, na divisa com Santa Catarina, durou pelo menos duas horas e meia desde que as equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas, nesta terça-feira à tarde. Somente com o uso do helicóptero Arcanjo 03, sediado em Blumenau, é que Mariá Boeira Lodetti foi retirada de aproximadamente 70 metros de altura.

O tenente dos bombeiros Jefferson Luiz Machado trabalhou na ocorrência e relata que o chamado chegou perto das 15h. Como a aeronave sediada em Florianópolis está em manutenção, a equipe de Blumenau era a mais próxima da região onde ocorreu a queda. Em pouco minutos a equipe traçou uma linha de trabalho e saiu do Vale do Itajaí rumo a São José dos Ausentes, cidade onde fica o Monte Negro.

O voo demorou uma hora. Equipes de socorristas de São Joaquim e do RS também foram ao local. Como a região onde Mariá caiu era de difícil acesso, o Arcanjo precisou sobrevoar por 30 minutos a área antes de encontrá-la. Ela estava consciente e conseguiu conversar com os socorristas, mas a voz ecoava pelos cânions e não era possível saber em que ponto exato a jovem havia caído.

Somente depois que ela mexeu alguns arbustos é que os bombeiros conseguiram encontrar o ponto exato:

— Foi bem complicado, demoramos cerca de uma hora para obter acesso a ela. Tinha equipe dos bombeiros do Rio Grande do Sul no local. Eles fizeram um rapel para que um militar da equipe deles e um nosso descessem para obter acesso e fazer o primeiro atendimento à vítima — lembra o tenente.

Pelos relatos de testemunhas, a jovem estava em uma fazenda da família brincando, quando teria sentido uma tontura e caído. Machado diz que ela foi batendo nos arbustos, que amorteceram a queda, por isso os ferimentos não foram mais graves. Mariá estava com machucados pelo corpo, suspeita de fratura, traumatismo craniano leve e sentindo frio.

— Ela estava um pouco confusa e com frio. Se a gente não tivesse a aeronave, ia demorar muito, um trabalho de horas, e ela poderia ter hipotermia. Finalizamos o trabalho com o pôr do sol e retornamos no escuro — conta Machado.

Seis bombeiros catarinenses trabalharam na ocorrência: um bombeiro, um enfermeiro, dois tripulantes e dois pilotos. Por conta do alto uso de combustível, a equipe teve que ir até Florianópolis para reabastecer antes de retornar a Blumenau. Mariá está internada em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Ela pode ter alta ainda nesta quarta-feira.

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