‘Ele apertava a minha mão e agradecia”, contou o soldado
O guarda-vidas Taigor Pedrotti, 29 anos, do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Montenegro, em seu segundo ano trabalhando no Litoral Norte gaúcho, acredita ter ganhado o ano e recebido uma lição de vida que está compartilhando com seus amigos e colegas. “É gratificante ver o sorriso, a felicidade estampada no rosto de uma pessoa que consegue realizar o sonho de entrar no mar”, vibra.
Tudo aconteceu no dia de Natal, quando estava em sua guarita no Balneário Pinhal, observando os banhistas entrando no mar. Quando olhou para o lado esquerdo, avistou uma pessoa com deficiência vendo os familiares tomando banho de mar. “Desci da guarita e fui conversar com ele”, relatou Taigor. “Era Luiz Fernando, de 44 anos, que ficou paraplégico após sofrer uma lesão na coluna em um acidente automobilístico há 20 anos”, relatou o soldado. “Aí perguntei se ele gostava do mar e se queria entrar na água. Luiz me olhou e disse que gostaria, mas pesava cerca de 130 quilos e não possuía os movimentos da cintura para baixo”, continuou.
Pedrotti disse que queria ver aquela pessoa feliz e lhe perguntou se estava disposto a tentar. “Ele não pensou duas vezes e falou: vamos lá. Então pedi ajuda ao seu irmão e o levamos para a água, onde o Luiz ficou por cerca de 30 minutos, parecendo uma criança. E a toda hora apertava minha mão e agradecia, repetindo ainda não gostar de incomodar ninguém”, relatou o guarda-vidas. “Mas a parte mais emocionante foi quando ele falou ser aquele o melhor presente de Natal”, emocionou-se.
O soldado teve então um momento de reflexão. De acordo com ele, tanta gente com boa saúde que tem pernas boas e só reclama da vida. Porém, Luiz Fernando não reclamava de nada, só querendo talvez recuperar seus movimentos e essa sensação o mar proporcionou a ele. Pedrotti ficou tocado com a história, que decidiu fazer um texto e compartilhar com os colegas em um grupo de WhatsApp. Só que as pessoas adoraram a história e ela viralizou. “Apenas fiz meu dever. Os guarda-vidas estão aqui para proteger e servir. Isso que fiz é uma coisa que acontece todos os dias. Tenho colegas que fazem gestos mais bonitos, mas nem sempre lembrados”, finalizou.
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