Apesar do risco de quitar folha de junho em agosto, governo do RS mantém compromisso de colocar salários em dia em 2019

Secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso afirma que gestão trabalha para “construir esse cenário” 

GAUCHAZH

Mesmo com a falta de recursos para os salários de junho dos servidores — que gerou um atraso ainda maior no calendário de pagamento —, o governo do Estado mantém o compromisso e a previsão de retomar a quitação dos vencimentos em dia até o fim do ano. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, nesta sexta-feira (13), o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, disse que o governo tem feito “esforços” para cumprir o prometido:

— Entendemos que ainda é, sim, viável. A economia tem crescido menos do que se esperava no início do ano, e isso é um desafio, mas a gente tem feito esforços na área de arrecadação, e há medidas em andamento de recuperação de impostos atrasados de exercícios anteriores. Só a adesão ao regime, liberando espaço para financiamento de parte dos passivos de exercícios anteriores, nos ajudaria, porque deixaria de onerar o caixa. É uma situação difícil no país, mas estamos trabalhando para construir o cenário de colocar em dia esse calendário — disse.

O secretário evitou falar sobre as próximas etapas do pagamento dos salários de junho — disse apenas que isso será anunciado na próxima segunda-feira (15). Nesta sexta-feira (12), foram pagos os salários de quem recebe até R$ 3,5 mil — as faixas anteriores já haviam sido quitadas. No dia 15, serão pagos os servidores que ganham até R$ 4 mil, e a Secretaria da Fazenda divulgará o calendário de pagamento para servidores que ganham acima de R$ 4,5 mil. Se nenhuma receita extraordinária entrar no caixa, é possível que o governo termine de pagar a folha de junho apenas em agosto.

Neste mês, de forma inédita, o governo adotou um sistema diferente de pagamento, com depósitos integrais para grupos de servidores com determinadas faixas salariais, e com o retorno do parcelamento para trabalhadores que têm salários maiores.

Na entrevista, o secretário da Fazenda reforçou que não há possibilidade de privatização do Banrisul:

— Nosso caminho de adesão ao regime de recuperação fiscal não passa pela privatização do Banrisul. Todas as outras medidas indicam que o governo está comprometido com o ajuste fiscal, e que isso está sendo feito para a sustentabilidade do Estado. Ao longo do segundo semestre, entendemos que temos a possibilidade de aderir ao regime.

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