Um homem e uma mulher morreram após reagirem a abordagem em cerco realizado entre Santa Maria e Itaara
Em dois dias, três pessoas morreram em confrontos com policiais militares na Região Central do Estado. O caso mais recente ocorreu em Itaara, na madrugada de terça-feira (10), e culminou na morte de um homem e de uma mulher.
Segundo a Brigada Militar, eles não obedeceram à ordem de parada durante uma abordagem, ainda em Santa Maria, e entraram em confronto com policiais no município vizinho, após terem fugido. O homem foi identificado como Bruno Thailã dos Santos Rocha, 26 anos, com antecedentes por roubos e furtos, e a mulher, como Taiane de Oliveira Teixeira, 34 anos.
O tenente-coronel Cleberson Bastianello, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva Central, responsável pelo policiamento em 29 municípios da região, defendeu a ação dos policiais e ressaltou que a troca de tiros ocorre apenas quando a iniciativa parte dos suspeitos.
— Que fique bem claro. O policial não sai de casa para matar ninguém. Ele sai para salvar e proteger. Ele não dá causa ao conflito. Mas, se ocorrer, estaremos preparados. Quem escolhe o confronto são os criminosos, não o policial. A Brigada Militar não escolhe o confronto nunca. Mas estamos cada dia mais preparados para ele. E não vamos afrouxar, seremos cada dia mais firmes, fortes e técnicos — destaca.
O caso
A ocorrência que terminou com o confronto e as mortes do homem e da mulher iniciou por volta das 3h de terça-feira, no distrito de Boca do Monte, em Santa Maria. Os dois suspeitos fugiram da abordagem de uma guarnição que identificou que o veículo, uma Ford Ranger, havia sido roubado no dia 7 de maio na saída de um supermercado no bairro Patronato.
Os policiais comunicaram as características do carro e foi montado um cerco que acompanhou o veículo por cerca de 50 quilômetros. Já no município de Itaara, a caminhonete foi interceptada e os suspeitos, conforme a BM, começaram a atirar contra quatro policiais de uma guarnição.
Pelo menos um tiro acertou a viatura. Os policiais revidaram e balearam os dois ocupantes da caminhonete. A dupla foi socorrida e levada à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas não resistiu e morreu.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado pela BM, como de praxe, para apurar os fatos. Ele deve ser concluído em 40 dias. As armas usadas pelos policiais foram recolhidas para passar por perícia.
Nenhum dos PMs foi afastado. Eles passarão por consultas psicológicas para avaliar o estresse causado na ação e, caso não tenham condições de continuar no policiamento, aí sim podem ser afastados temporariamente.
O tenente-coronel Bastianello reforça que o IPM é um procedimento interno da corporação que busca, com isenção, o esclarecimento de como tudo aconteceu:
— Todos os policiais passam por constante treinamento para uso da força e da arma de fogo. Além disso, há toda uma fiscalização em relação as suas ações. Tudo é auditado. Como nesse caso, que teremos uma investigação bem minuciosa no IPM — destaca.
O caso também será investigado pela Polícia Civil de Itaara. Conforme o delegado Marcelo Arigony, que responde pela delegacia do município, a ocorrência é tratada como legítima defesa dos policiais.
Fonte: GZH