Mais de seis mil Brigadianos pretendem abandonar a BM

É o que revela censo da Brigada Militar, crise profunda e desvalorização da tropa no Governo Leite.
O resultado do 2º Censo da Brigada Militar, realizado em 2023 e divulgado em junho de 2025, trouxe dados alarmantes sobre a realidade enfrentada pelos Policiais Militares no Rio Grande do Sul. Dos participantes, 6.604 afirmaram que pretendem deixar a corporação, número que representa um indicativo claro da insatisfação generalizada na tropa.

Um dos principais motivos apontados para a evasão é a baixa remuneração. 12.682 brigadianos consideram os salários pagos pelo Governo Estadual insuficientes para sua manutenção. Este dado praticamente abrange a totalidade dos Soldados, Sargentos e Tenentes da ativa.

A ASSTBM sempre alertou que os Policiais Militares gaúchos têm os piores salários da região Sul do Brasil, em comparação com Santa Catarina e Paraná, especialmente nas graduações de base. Além disso, recebem menos do que integrantes de outras forças da própria segurança pública do RS, o que agrava ainda mais o sentimento de desvalorização.

Outro dado preocupante do Censo é que 15.724 PMs declararam estar insatisfeitos com a carreira. Sob o Governo Eduardo Leite, a Brigada Militar passou a conviver com a ausência de critérios claros para promoções, com casos de policiais que permaneceram mais de 15 anos como soldados, sem qualquer progressão. A extinção dos calendários regulares de promoção, tradicionalmente respeitados, gerou uma estagnação profissional generalizada.

Promoções são uma forma de reconhecimento e valorização, mas na atual gestão passaram a depender exclusivamente da vontade do Governador, que decide se e quando abrirá novos cursos internos ou promoverá servidores, o que viola os princípios da meritocracia e do respeito institucional.

O Censo também revelou que 8.217 PMs da ativa são filhos ou parentes de integrantes da Reserva Altiva da Brigada Militar. Esses militares vivenciam em seus lares o descaso do governo com os veteranos, que ficaram oito anos sem reajuste salarial e ainda enfrentam aumento de descontos previdenciários e do IPE-Saúde, contrariando inclusive normas federais.

O depoimento de um jovem brigadiano resume bem o sentimento da tropa:

“Com certeza vou sair! No final de 2026 estarei formado e vou embora. Não aguento ver meu pai, sargento da reserva com 66 anos, saindo toda noite para fazer bico. Com este governo, ele recebe menos do que em 2018.”

A possível saída de 6.604 PMs da corporação representa uma grave ameaça à segurança da população gaúcha. A formação de cada policial demanda investimentos públicos significativos, e a evasão em massa aponta para uma gestão desastrosa da segurança pública, com desperdício de recursos e desmonte institucional.

O Governo Eduardo Leite, ao adotar políticas que desprestigiam tanto os ativos quanto os inativos da Brigada Militar, fragiliza a estrutura da segurança pública, jogando contra o patrimônio humano da corporação e contra o próprio interesse da população.

A ASSTBM lamenta que, mesmo com manifestações firmes e contrárias aos projetos do Governo, a maioria dos parlamentares gaúchos tenha apoiado o desmonte da Brigada Militar, em troca de cargos e favores políticos, salientando que boa parte deles se apresentarão como candidatos em 2026, até mesmo para o cargo de governador. O resultado do Censo realizado pela própria Brigada Militar, ouvindo 18.226 (dezoito mil duzentos e vinte e seis) brigadianos/brigadianas da ativa, comprova a veracidade das denúncias que a entidade associativa – ASSTBM, vem fazendo ao longo dos últimos anos, à sociedade, ao meio político e aos gestores, mas até agora nenhuma providência foi tomada, nos parece que aguardam que a solução venha em 2026, nas urnas!

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