
Qualquer pessoa que desconhecer a realidade dos números, a primeira resposta que viria, seria os confrontos com bandidos. Sim, a atividade policial oferece riscos e inevitavelmente mortes em confronto em alguns momentos ocorrem. Apesar do avança da criminalidade, nossa tropa é preparada e capaz de se sair melhor nessas situações.
Mas há uma outra chaga que está tirando vidas dos nossos policiais, em números alarmantes, principalmente no Rio Grande do Sul:
O Suicídio.
Segundo o anuários da segurança pública só no Período 2018-2023 (5 anos) foram registrados 49 suicídios entre 2018 e fevereiro de 2023, sendo a principal causa de morte na corporação em quatro desses cinco anos.
A taxa média de suicídios entre brigadianos gaúchos é de 30,7 por 100 mil habitante, triplicando a média estadual na população geral (10,3/100 mil).
Segundo dados pesquisados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as análises apresentam os seguinte contexto e tendência:
– Hierarquia e Perfil: A maioria das vítimas são praças (soldados e sargentos), enfrentando assédio, jornadas extenuantes e pressão hierárquica.
– Fatores Agravantes: Problemas financeiros (endividamento), falta de apoio psicológico e estigma contra buscar ajuda são recorrentes.
Limitações dos Dados
Não há informações completas para 2024-2025 nas fontes acessadas
A REALIDADE DA BRIGADA MILITAR
O segundo Censo da Brigada Militar revela um dado alarmante, 59,9% do efetivo fez ou faz tratamento psiquiátrico/psicológico, desse percentual apenas 24,9% encontra esse tratamento ofertado pelo Estado.

ANÁLISE DA ASSTBM:
Não temos o conhecimento científico pra definir todas as variantes que levam à essa situação, mas nosso convívio diário com Brigadianos e Brigadianas de todo o estado, não nos deixa afastar dois fatores de significativa relevância:
1º- FALTA DE PERSPECTIVA NA CARREIRA: Uma instituição que aposenta Soldados, que a ascensão na carreira é uma loteria, é fácil associar a essa causa, comprovada dentro do próprio censo, onde 61,82% não se sente valorizado na instituição e 38,2% (6.604) querem deixar a instituição.

2º – CONDIÇÃO FINANCEIRA: Não tem como não citar esse fator como talvez o mais relevante neste cenário. Temos uma categoria que está com uma defasagem de salário que ultrapassa 60% de perdas no perídio, após o último aumento concedido em 2018.
Vejamos nos gráficos abaixo o grau de insatisfação com o salário e o grau de endividamento da tropa:


Nós sabemos do problema, o governo também sabe, mas não vemos atitudes e busca de solução, apenas mídias produzidas vendendo belos indicadores de segurança pública às custas do sacrifício dos policiais.