59,9% da tropa buscando atendimento psicológico é a prova do profundo abandono do governo

Qualquer pessoa que desconhecer a realidade dos números, a primeira resposta que viria, seria os confrontos com bandidos. Sim, a atividade policial oferece riscos e inevitavelmente mortes em confronto em alguns momentos ocorrem. Apesar do avança da criminalidade, nossa tropa é preparada e capaz de se sair melhor nessas situações.

Mas há uma outra chaga que está tirando vidas dos nossos policiais, em números alarmantes, principalmente no Rio Grande do Sul:

Segundo o anuários da segurança pública só no Período 2018-2023 (5 anos) foram registrados 49 suicídios entre 2018 e fevereiro de 2023, sendo a principal causa de morte na corporação em quatro desses cinco anos. 

A taxa média de suicídios entre brigadianos gaúchos é de 30,7 por 100 mil habitante, triplicando a média estadual na população geral (10,3/100 mil).

Segundo dados pesquisados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as análises apresentam os seguinte contexto e tendência:

Hierarquia e Perfil: A maioria das vítimas são praças (soldados e sargentos), enfrentando assédio, jornadas extenuantes e pressão hierárquica. 

Fatores Agravantes: Problemas financeiros (endividamento), falta de apoio psicológico e estigma contra buscar ajuda são recorrentes. 

Limitações dos Dados

 Não há informações completas para 2024-2025 nas fontes acessadas

 A REALIDADE DA BRIGADA MILITAR

O segundo Censo da Brigada Militar revela um dado alarmante, 59,9% do efetivo fez ou faz tratamento psiquiátrico/psicológico, desse percentual apenas 24,9% encontra esse tratamento ofertado pelo Estado.

ANÁLISE DA ASSTBM:

Não temos o conhecimento científico pra definir todas as variantes que levam à essa situação, mas nosso convívio diário com Brigadianos e Brigadianas de todo o estado, não nos deixa afastar dois fatores de significativa relevância:

1º-  FALTA DE PERSPECTIVA NA CARREIRA: Uma instituição que aposenta Soldados, que a ascensão na carreira é uma loteria, é fácil associar a essa causa, comprovada dentro do próprio censo, onde 61,82% não se sente valorizado na instituição e 38,2% (6.604) querem deixar a instituição.

2º – CONDIÇÃO FINANCEIRA: Não tem como não citar esse fator como talvez o mais relevante neste cenário. Temos uma categoria que está com uma defasagem de salário que ultrapassa 60% de perdas no perídio, após o último aumento concedido em 2018.

Vejamos nos gráficos abaixo o grau de insatisfação com o salário e o grau de endividamento da tropa:

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