Brasileiro confia mais na polícia do que no Congresso e nas Forças Armadas

Pesquisa revela contrastes na confiança dos brasileiros: polícia é destaque positivo, enquanto Congresso e Forças Armadas enfrentam rejeição crescente, STF e governo registram opiniões divididas, e diferentes religiões também influenciam a percepção sobre credibilidade e instituições nacionais.

No Brasil, a percepção sobre instituições públicas e religiosas apresenta contrastes surpreendentes.

Enquanto algumas organizações conquistam confiança da população, outras enfrentam índices alarmantes de desconfiança.

Polícia civil lidera confiança

Segundo levantamento do Instituto Atlas, em parceria com a Bloomberg, a instituição que mais inspira confiança no país é a Polícia Civil.

Dos entrevistados, 60% afirmam confiar, 26% não confiam e 14% optaram por não responder.

A Polícia Militar também mantém índices positivos, com 56% dos brasileiros confiando em seus efetivos, embora 34% demonstrem desconfiança e 9% não tenham opinião formada.

No caso da Polícia Federal, 49% dos participantes declararam confiança, 39% desconfiança e 12% não souberam responder.

Os dados reforçam que, em meio a crises políticas e debates sobre segurança, a população vê nas forças policiais um ponto de estabilidade e proteção.

Congresso e Forças Armadas enfrentam baixa confiança

Em contraste, Congresso Nacional aparece como a instituição mais rejeitada pelos brasileiros.

Apenas 12% afirmam confiar em deputados e senadores, enquanto 81% expressam desconfiança, e 7% preferiram não responder.

As Forças Armadas também registram índices preocupantes.

Segundo a pesquisa, 30% dos brasileiros confiam nos militares, mas 58% afirmam não confiar e 12% não responderam.

Essa diferença evidencia que, apesar da tradição e da presença histórica das Forças Armadas no país, a percepção pública tem se tornado cada vez mais crítica.

Diferenças religiosas e confiança institucional

A pesquisa apontou ainda disparidades significativas nas taxas de confiança em instituições religiosas.

A Igreja Católica mantém 53% de confiança entre os entrevistados, com 33% de desconfiança e 14% sem resposta.

Por outro lado, as igrejas evangélicas enfrentam maior desconfiança: 46% dos brasileiros não confiam, enquanto apenas 32% afirmam ter confiança, e 22% não se manifestaram.

Esses dados refletem mudanças culturais e a diversidade da percepção religiosa no Brasil, influenciando também a visão sobre valores e instituições sociais.

Governo federal e STF

No caso do governo federal, 47% dos entrevistados declararam confiar, enquanto 52% não confiam, com apenas 1% se abstendo de opinar.

Já o Supremo Tribunal Federal (STF) apresenta uma divisão quase equilibrada: 49% confiam, e 51% desconfiam, sem registros de ausência de resposta.

O equilíbrio de confiança e desconfiança em órgãos centrais evidencia a polarização e o debate contínuo sobre o papel do Estado na vida pública.

Metodologia da pesquisa

O levantamento ouviu 2.447 pessoas, por meio de questionários digitais, entre os dias 3 e 6 de agosto de 2025, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O estudo reforça tendências recentes de percepção institucional no Brasil, mostrando que a segurança pública é mais valorizada que a atuação legislativa ou militar.

Especialistas apontam que a credibilidade das polícias pode estar ligada à presença constante em comunidades e à visibilidade de ações de combate à criminalidade, enquanto a política e as Forças Armadas enfrentam o desafio de demonstrar transparência e efetividade.

Reflexos e curiosidades

É curioso notar que a população demonstra maior confiança em instituições operacionais do que em órgãos de decisão política ou militar.

Este fenômeno não é exclusivo do Brasil; em diversos países, polícias e serviços de emergência costumam ser vistos como mais confiáveis, enquanto parlamentos e governos enfrentam maior desconfiança.

Além disso, os dados religiosos indicam uma correlação entre orientação de fé e percepção de instituições, sinalizando que fatores culturais e sociais continuam a moldar a confiança institucional.

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