
Porto Alegre, 5 de setembro de 2025 — A população gaúcha amanheceu chocada com a notícia de que o publicitário que matou e concretou o corpo da própria mãe, crime pelo qual foi condenado a 28 anos de prisão, voltou a cometer um assassinato brutal — desta vez, contra sua companheira, cujo corpo foi esquartejado e espalhado por diversos pontos de Porto Alegre. O tronco da vítima foi deixado em uma mala na Rodoviária da capital, denunciando a periculosidade do autor dos crimes.
A tragédia reacendeu críticas contundentes à fragilidade do sistema penal brasileiro. A ASSTBM (Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros Militares do RS) adverte que o caso escancara a falência do sistema de Justiça criminal no País.
Não é mais apenas uma sensação de impunidade — é a constatação de que estamos enxugando gelo. Um indivíduo que matou a própria mãe e foi condenado, estava em liberdade e teve a oportunidade de cometer outro crime hediondo. Onde está a efetividade da pena? Onde está o respeito à vida das vítimas e a proteção da sociedade?”, questiona o presidente da entidade associativa da brigada militar Aparício Costa Santellano.
“A polícia prende, mas a própria lei solta”.
Segundo a ASSTBM, a reincidência em crimes de extrema violência por parte de um condenado a décadas de prisão mostra que o sistema penal brasileiro falha tanto em punir quanto em prevenir. A entidade lembra que as forças de segurança pública fazem seu papel, arriscando-se nas ruas para capturar criminosos, mas veem os mesmos criminosos voltando ao convívio social sem cumprir sequer metade das penas impostas.
“As polícias trabalham duro, enfrentam riscos reais, prendem criminosos. Mas a própria lei os solta. E, como neste caso, solta para que eles matem de novo”, lamenta o presidente da associação.
Alerta à sociedade e aos legisladores
A ASSTBM considera este novo episódio um ponto de ruptura no debate sobre segurança pública. Para a entidade, não há mais tempo para discursos amenos nem para reformas superficiais. O Congresso Nacional precisa agir com urgência para revisar leis penais e processuais que permitem que indivíduos com histórico violento sejam reintegrados à sociedade sem o devido cumprimento de pena.
Esse criminoso deveria estar atrás das grades. Se estivesse, uma vida teria sido preservada. O sangue derramado é também consequência de um sistema que não prioriza a proteção do cidadão de bem”, diz Santellano.
Justiça fragilizada, sociedade em risco
Além de criticar o sistema, a ASSTBM manifesta solidariedade à família da vítima, e cobra apuração rigorosa das circunstâncias que permitiram a liberdade do autor mesmo após uma condenação por crime bárbaro.
“Se o Brasil continuar tratando criminosos perigosos com tamanha condescendência, a sociedade continuará pagando o preço com sangue, medo e luto.” O sistema precisa mudar. Já passou da hora.
A Direção da ASSTBM