Brigada Militar perdeu 1,7 mil policiais em 2015 e mandará para balneários mesmo efetivo do ano anterior
Com o menor efetivo das últimos três décadas, e aposentadorias de PMs em escala ascendente, a Brigada Militar se prepara para a Operação Golfinho, a partir de 19 dezembro, ciente de que vai se ampliar a crise de pessoal em cidades do Interior nos próximos meses.
Em encontro com a imprensa nesta manhã, uma das atividades das comemorações dos 178 anos da BM, o comandante-geral da corporação, coronel Alfeu Freitas, anunciou que a Golfinho terá o mesmo número de servidores do ano passado (2,8 mil) e todas as guaritas terão salva-vidas.
Como só teve saídas de PMs em 2015, sem contratações, a operação tende a desfalcar ainda mais o policiamento nas localidades de onde policiais serão recrutados para atuar em 92 balneários nos litoral Norte, Sul e áreas de rios (águas internas).
— Será preciso gestão. Atender as demandas e administrar os recursos disponíveis. Pode dar problema? Pode. Mas temos de nos planejar da melhor maneira possível para tentar evitá-los — afirmou.
Freitas lembrou que parte do efetivo será deslocado de setores burocráticos, mas
não adiantou os municípios que cederão PMs, sob o argumento de que o mapeamento está em estudo pelos 16 comandos regionais da BM.
O comandante-geral disse não acreditar que a crise financeira do Estado possa prejudicar as três grandes operações de final de ano — Golfinho, Papai Noel e Natal Luz, em Gramado — em razão de eventuais protestos de servidores, caso o governo do Estado atrase salários. Freitas salientou que a BM recebeu aporte de R$ 2,7 milhões para pagamento de hora extra, conforme ele, suficientes para cobrir gastos com pessoal até o final de 2015.
O coronel lembrou que este ano, apesar das turbulências de 2015, com bloqueios de quartéis por grevistas, a BM atuou de forma satisfatória em todas as frentes nas quais foi acionada. Mas, para 2016, reconhece, o comandante-geral a perspectiva é de tempos de mais dificuldades. A BM tem 20,5 mil homens, menor contingente desde 1982, e aposentadorias somam, até agora, 1,7 mil PMs — muito além da média anual de 1 mil PMs. Além disso, não há previsão de contratação de novos soldados a curto prazo.
— Será um ano desafiador na gestão da segurança pública.
* Zero Hora