Já o Piratini quer que pauta negativa se esgote ainda em 2015 na Assembleia, a fim de evitar desgaste eleitoral no pleito do ano que vem
Técnicos do Instituto Geral de Perícias, agentes da Susepe e policiais civis e militares, além de bombeiros, estiveram reunidos hoje e decidiram retomar as mobilizações contra o governo de José Ivo Sartori (PMDB). A reação é em resposta à sinalização do Palácio Piratini de que mais medidas do pacote de ajuste fiscal podem chegar à Assembleia Legislativa para votação, antes do fim do ano.
O objetivo de lideranças do Executivo é evitar desgastes aos aliados durante as eleições municipais do próximo ano. Essa mesma preocupação, porém, vai ser explorada pelos manifestantes. A garantia é do presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz. “Vamos estabelecer um combate ao que denominamos de pauta negativa e, no início de dezembro, deflagraremos novas mobilizações. Se, ainda assim, essas matérias forem aprovadas, vamos percorrer os redutos dos deputados nas eleições do ano que vem e repetir o mesmo nas eleições na campanha para governador e deputado”, alertou.
O posicionamento de alguns partidos da base decepcionou os servidores, em função de mudanças de postura. “Estamos vendo um desmonte que já aumentou a insegurança e com a aprovação de novas contenções, a violência só vai se proliferar. Não podemos admitir que partidos como o PDT e PSB, com histórico de defesa do trabalhador, compactuem com tudo o que o governo pretende para piorar esse quadro”, reclamou Ortiz.
Sartori já se reuniu com deputados aliados e presidentes de partidos da base. O tema das conversas foi um só: o pedido é de sforço da Assembleia Legislativa para acelerar o processo de votação, aprovando as matérias de interesse do governo. Entretanto, até o momento, o ritmo de celeridade não é dado pelo Palácio Piratini, que não recorreu ao regime de urgência em projetos já em análise no Parlamento. Entre eles, o que gera maior temor entre o funcionalismo é o PL 206, que cria a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual e pretende evitar reajustes de uma gestão para outra, além de atrelar à arrecadação do Estado os aumentos salariais e até mesmo os gastos com o serviço público.
O secretário da Casa Civil, Marcio Biolchi, já alertou que os servidores vão ser comunicados previamente caso o o governo adote o regime de urgência para viabilizar votações até o fim do ano.