Datas já estão praticamente definidas, embora falte decidir as ações
Em estado de alerta, o movimento unificado dos servidores públicos deixa claro que não vai aceitar pacificamente mais um atraso de salário para o funcionalismo gaúcho. A preocupação é com a possibilidade de que isso ocorra, pela primeira vez, de forma consecutiva no governo de José Ivo Sartori (PMDB). Pela terceira vez, em 14 meses de governo, os vencimentos de fevereiro dos servidores do Executivo foram parcelados e o calendário para a quitação se estendeu até 15 de março. Com a perspectiva de o fato se repetir na próxima folha, já há previsão de mobilizações.
O presidente da Federação do Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs), Sérgio Arnoud, garante que os trabalhadores não vão suportar mais uma dose do “remédio amargo” do governador “goela a baixo”. “Com certeza nós vamos protestar e aguardamos a confirmação do parcelamento. Mas, como acreditamos que isso vai acontecer já faremos uma reunião, na próxima segunda-feira, para definir de que maneira vamos nos manifestar. Vai ser um ato de desagravo e de inconformidade”, adiantou.
Caso haja a concretização de novo atraso salarial, o temor é de que a carga acumulada de dívidas aumente e, com isso, as contas do funcionalismo público fiquem ainda mais no vermelho. “Isso implica realmente no comprometimento da saúde financeira de todos os servidores do Executivo. Nós temos colegas que já atrasaram compromissos no comércio, no aluguel ou no pagamento dos cartões de crédito. É uma situação negativa na nossa economia e que se reflete até no varejo, prejudicando o desenvolvimento do Rio Grande do Sul”, lamentou Arnoud.
A previsão é de que diferentes protestos ocorram ao longo da próxima semana. As datas já estão praticamente definidas, embora falte decidir as ações. No dia 31, último dia pra o depósito de salários, deve haver protesto contra o governo estadual. Outra data emblemática, que deve ser usada, é 1º de abril, conhecido como o dia da mentira. Nessa data, o governador Sartori também deve virar alvo das provocações.