Oficiais da Brigada Militar de todo o Rio Grande do Sul estiveram reunidos na tarde de ontem na associação de classe, AsofBM, para discutir o Pacote da Segurança, que foi anunciado pelo governador José Ivo Sartori. Pontos como os direitos dos servidores militares gaúchos, a renegociação de reposições salariais e o aumento do desconto da previdência dos brigadianos são considerados polêmicos. De acordo com o presidente da Asof-BM, coronel Marcelo Gomes Frota, tudo aponta para uma restrição de direitos dos servidores da Segurança Pública. “As medidas não afetam apenas aos servidores, mas também a todos os gaúchos, que clamam por segurança”, afirmou. Segundo o coronel, será expedido um conjunto de orientações aos oficiais associados, que tende a uniformizar a conduta e também o discurso dos brigadianos em relação ao pacote. “Faremos um trabalho em relação à Assembleia Legislativa. Os oficiais da Brigada Militar vão interagir de maneira muito direta com os parlamentares, fazendo com que eles percebam a importância dos projetos que serão votados”, destacou Frota. De acordo com o coronel, os oficiais estão avaliando todo o cenário. “Agora que os projetos foram entregues, será feito um estudo detalhado”. “Somos contrários a toda e qualquer restrição aos nossos direitos e isso é muito afetado quando se mexe, por exemplo, no calendário dos pagamentos do Estado, deslocando-o para o último dia útil”, explicou Frota. Conforme o coronel, este ato visa institucionalizar o atraso do pagamento do salário que vem ocorrendo há meses. “Precisavam dar um contorno legal para essa ilegalidade que vem sendo praticada, violando os direitos dos servidores estaduais”, ressaltou o presidente da Asof-BM. As alterações no tempo de serviço, conforme o coronel, afetam todo o conjunto da BM. “Você consegue imaginar um bombeiro com 60 anos descendo de um prédio em chamas com uma vítima no colo?”, perguntou Frota. “Ou um policial, também com 60 anos, combatendo o tráfico de drogas?”, ironizou o oficial, ressaltando que “ninguém em sã consciência é capaz de imaginar as duas situações”.
CORREIO DO POVO