Aumento de crimes graves, como roubos a bancos com uso de reféns, preocupa novo comandante-geral da Brigada Militar
A Brigada Militar admite rever a estratégia de policiamento nos pequenos municípios do Rio Grande do Sul, onde em alguns casos dois PMs ou até menos se revezam na segurança ostensiva. Em entrevista nesta quinta-feira (12) ao Gaúcha Atualidade, o novo comandante-geral da corporação manifestou preocupação com o aumento de crimes graves nas localidades atendidas pelas patrulhas intermunicipais (Patrim). Segundo o coronel Andreis Dal’Lago, tratam-se de ocorrências que colocam vidas em risco.
“Estamos revendo e vamos fazer ajustes nessas comunidades onde estão acontecendo delitos graves, como ataques a bancos, mas com uso de pessoas como escudo humano”, diz Dal’Lago.
Hoje, as patrulhas intermunicipais são compostas por policias de cidades distantes até 25 quilômetros entre si, e as guarnições se revezam em turnos de patrulhamento. Com isso, há localidades que ficam sem nenhum brigadiano por algumas horas, atraindo assaltantes.
Concurso
O novo comandante-geral confirmou para julho a formação de 1.060 novos PMs. Eles se somam a outros 160 que foram incorporados em dezembro. No entanto, ainda não há previsão de chamamento de 700 aprovados do último concurso. Andreis Dal’Lago reconhece que a reposição não dá conta do ritmo de policiais que estão indo para a reserva.
“Estamos com um déficit histórico. Em 2016, já são dois mil novos aposentados, e esse ritmo vem aumentando desde 2014”, diz o comandante. Para Dal’Lago, há uma corrida contra o tempo e a necessidade de lançamento de novo edital.
Protestos
O novo comandante-geral da Brigada Militar afirma que a estratégia de ação em protestos será mantida. Dal’Lago classifica como “técnica” a política adotada durante confrontos com manifestantes.
“Enquanto usamos a bomba de gás ou o spray de pimenta, estamos, também, mantendo a tropa afastada dos manifestantes. Entendemos que a manifestação é legítima, mas o direito de meia dúzia não é maior que o direito da coletividade”, diz.
Mudanças na BM
Com as alterações no comando-geral da Brigada Militar, a corporação também terá mudanças em outros postos. O novo comandante de policiamento da Capital (CPC) será o coronel Jefferson de Barros Jaques, atual corregedor da BM. Ele substituirá o coronel Mário Ikeda, que se torna subcomandante-geral. Ainda não está definido quem será o novo corregedor da corporação.
GAÚCHA