Após vários anos utilizando pistolas calibre .40, comumente adquiridas da fabricante nacional Taurus, a Brigada Militar passará a comprar exemplares de 9mm produzidas pela austríaca Glock para toda a corporação. A mudança começará ainda neste ano e as novas armas serão adquiridas em lotes, até todo o contingente ser renovado.
Permitida às policias militares desde 2019, as 9mm serão introduzidas na BM por iniciativa do comandante-geral, coronel Rodrigo Mohr. Em janeiro deste ano, Mohr esteve em Las Vegas (EUA), na Shot Show, considerada a maior feira de armas no mundo, e identificou que praticamente todas as polícias americanas dão preferência ao calibre. O coronel discutiu a ideia com os instrutores de tiro da corporação, que concordaram com a mudança.
Atualmente, apenas o Batalhão de Operações Especiais (Bope) utiliza pistolas 9mm. Entre as vantagens na troca de calibre, segundo o comandante, estão o peso menor, o custo mais baixo da munição e o recuo mais brando da arma no momento do disparo, o que garante maior precisão ao atirador.
— A 9mm tem um desgaste mecânico menor, boa durabilidade e está sendo utilizada pelas polícias do mundo inteiro. O policial precisa de menos disparos no treinamento com a 9mm para atingir uma boa precisão, comparada com o calibre .40— explica Mohr.
A Glock foi escolhida porque seus modelos de 9mm não possuem travas externas e pelo fato de contar com o sistema patenteado “Glock Safe Action”, que impede disparos acidentais.
A primeira compra das semiautomáticas estava prevista para este semestre, mas acabou postergada em razão da pandemia. O primeiro lote seria formado por quatro mil pistolas modelo G17 e outras mil G19, com valor estimado de US$ 495 cada – ou R$ 2,9 mil, na cotação atual do dólar. O valor é semelhante ao praticado pelos Estados de Alagoas e Tocantins, que já firmaram contrato com a Glock para a aquisição de 9mm.
Com os impactos econômicos provocados pelo coronavírus, a Brigada Militar pretende incluir a aquisição das pistolas no Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg), pelo qual as empresas podem destinar parte do valor devido de ICMS para a compra de equipamentos para a segurança pública.
Ainda assim, uma remessa deve ser encomendada até o final do ano, já que 860 novos soldados iniciarão o curso preparatório para ingressar na corporação nas próximas semanas.
Em março, o governador Eduardo Leite anunciou também que Estado começará a adquirir apenas viaturas semiblindadas para a Brigada Militar. Os novos carros terão blindagem no para-brisa, nos vidros e nas portas frontais, com o objetivo de proteger os policiais militares em serviço.
Fonte: GaúchaZH / O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.