Sem plano B, Sartori vai segurar retomada da votação de pacote por três semanas

Crise política em Brasília e falta de apoio às propostas do Executivo impactam atuação na Assembleia gaúcha

A partir de reuniões com aliados, realizadas desde a última semana, o Piratini vai segurar por mais tempo a retomada das votações do pacote de cortes, encaminhado no ano passado à Assembleia Legislativa. A expectativa é de que as próximas três semanas sejam destinadas a projetos consensuais e à participação de deputados em eventos. Após o período, aliados de José Ivo Sartori esperam que a crise em Brasília esteja começando a ser contornada.

A esperança de atrair deputados independentes também faz com que o Executivo siga buscando os 33 votos necessários para aprovar as emendas constitucionais mais polêmicas. Entre elas, está a que derruba a necessidade de plebiscito para a venda da CEEE e de outras duas companhias. A missão é considerada “quase impossível” por parte dos aliados do governo.

Assim, não haverá votações de projetos polêmicos nesta terça-feira (23) e na próxima (30). Já a sessão do dia 6 de junho ficará prejudicada pela participação de deputados no encontro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), que acontecerá em Foz do Iguaçu, no Paraná, entre os dias 7 e 9 de junho. A semana também será marcada por uma missão oficial do governador ao Japão, com secretários e parlamentares.

Impeachment

Em relação ao pedido de impeachment protocolado pelo Cpers-Sindicato na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (22), interlocutores do Piratini estão otimistas com o arquivamento. Nos corredores do Parlamento, até mesmo assessores ligados à oposição dizem que o processo não deve prosperar.

Entre os motivos para a interrupção do governo Sartori, há a indicação de que ele teria cometido “pedaladas”. Esse foi o principal motivo para o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, considerado um “golpe” por seus apoiadores. Além disso, há o temor de que a investigação do governador por recebimento de doações oficiais de campanha faça pairar uma nuvem de desconfiança sobre todos os parlamentares que contaram com valores de empresas de forma legal.

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