Secretário de Segurança critica Território da Paz, mas não dá prazo para novo programa

Secretário Wantuir Jacini criticou o programa Território da Paz | Foto: Samuel Maciel / CP Memória
Secretário Wantuir Jacini criticou o programa Território da Paz | Foto: Samuel Maciel / CP Memória

Segundo Wantuir Jacini, projeto ainda está em fase de estudo

Com informações do repórter Gabriel Jacobsen

O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul criticou a realização do programa Território de Paz em Porto Alegre. Segundo Wantuir Jacini, com exceção da Brigada Militar e da Polícia Civil, os outros órgãos públicos não atuaram como deveriam nas comunidades. Faltam as atuações, segundo o secretário, das áreas de assistência social, saúde e de programas de profissionalização nos quatro territórios formatados na Capital.

“Verificamos nos Territórios da Paz que só ficaram as polícias, a Brigada. As outras instituições que deveriam estar lá foram saindo aos poucos. As de assistência social, de trabalho, de saúde, que tinham programas especiais não foram cumpridos. Todos os quatro Territórios de Paz não tiveram os efeitos na parte social”, disse Jacini em entrevista à Rádio Guaíba.

Apesar das críticas aos Territórios da Paz, um programa substitutivo ainda não foi definido pelo atual governo. Segundo Jacini, diversas secretárias trabalham, mas um prazo para integração desses estudos e implementação não está definido. “Cada secretaria está fazendo esse trabalho e o que está sendo construído é como ocorrer essa integração. É preferível que se tenha um período mais demorado neste planejamento, mas que depois a ação seja efetiva”, apontou.

A discussão sobre Territórios da Paz ganhou espaço após a comunidade do Condomínio Cristal, na zona Sul da Capital, pedir a instalação do programa no local depois de uma menina de 7 anos ser morta vítima de uma bala perdida na última sexta-feira. Jacini disse que a morte da criança afronta o seu trabalho, mas argumentou que a crime ocorreu dentro de casa, onde as polícias não podem atuar. O secretário destacou ainda que grande parte dos responsáveis por crimes como esse passaram por prisões, mas estão na rua por liberação da justiça.

“Eu pedi à polícia intensificação do trabalho de prevenção da Brigada Militar. A vitimização de uma criança inocente dentro de sua casa dormindo choca todo mundo. Afronta o secretário de Segurança, afronta todos os policiais. Choca, mas, infelizmente, aconteceu dentro de casa, fora do alcance das polícias. E partiu de uma briga entre gangues. Aí entra outro aspecto, 70% desses crimes têm autores com antecedentes criminais, já foram presos pela polícias várias vezes e soltos”, argumentou Jacini.

Correio do Povo e Rádio Guaíba

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